Witzel pede, e ex-Casa Civil aceita voltar ao governo para tentar barrar impeachment
Exonerado por Wilson Witzel da Secretaria da Casa Civil em maio, o ex-deputado federal André Moura (PSC) aceitou, nesta quinta-feira (23), o convite do governador para reassumir a cadeira. O movimento ocorre numa tentativa de Witzel de retomar o diálogo com a Assembleia Legislativa (Alerj) em meio ao processo de impeachment, instaurado pelo parlamento por 69 votos a zero. Vice-governador, Cláudio Castro (PSC) foi o intermédio da conversa entre Witzel e Moura. O convite foi antecipado pela colunista Berenice Seara, do Extra. Já Cleiton Rodrigues foi exonerado da Secretaria de Casa Civil e, recusando-se a aceitar ser chefe de gabinete de Witzel, deixará o governo.
— Aceitei o convite. Volto para cuidar da gestão de governança e da governabilidade. Já volto a trabalhar amanhã (sexta-feira) — disse Moura ao GLOBO. Sua nomeação foi publicada em edição extraordinária no Diário Oficial desta quinta-feira.
Indagado sobre se conseguirá reverter o cenário hostil a Witzel na Alerj, Moura respondeu:
— Sinceramente, não sei. É um diálogo que vou reiniciar. É o recomeço de um diálogo que tem que ser reconstruído.
Cleiton Rodrigues, por sua vez, não aceitou deixar a Casa Civil para voltar a exercer as funções que ocupava como chefe de gabinete de Witzel. Ele deixa o governo.
— Declinei porque estou muito cansado. Agradeço a oportunidade que me foi dada pelo governador e acredito na inocência dele.
Saída acelerou processo de impeachment
Em maio, a exoneração de Moura, que mantinha bom relacionamento com a Alerj, acelerou a instauração do processo de impeachment. O movimento de Witzel foi interpretado pelo parlamento como um aceno ao então secretário de Desenvolvimento Econômico, Lucas Tristão, desafeto de boa parte dos deputados. Logo depois, a Alerj votou, por 69 votos a zero, a abertura do processo de afastamento, por suspeita de fraudes em contratos da Secretaria de Saúde. Depois disso, Witzel exonerou Tristão e, agora, reintegra André Moura à Casa Civil.
Fonte: O GLOBO
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