UFRJ reforça estimativa de pico da pandemia no estado a partir do final da 1ª quinzena de junho
Pesquisadores da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) divulgaram uma nota técnica nesta sexta-feira (5) alertando que o número de infectados no estado poderá chegar a 71 mil no pico da pandemia, que poderá ocorrer a partir do final da primeira quinzena de junho (entre os dias 12 e 17 ).
O modelo, baseado em dados gerados por modelo computacional da Coppe/UFRJ, foi configurado levando em conta que cada pessoa infectada pode transmitir o vírus para outras 2,02 pessoas, em média. Esta é a terceira nota técnica divulgada pela universidade.
Os pesquisadores voltaram a recomendar “lockdown” no estado, caso não haja uma redução rápida na velocidade de transmissão da Covid-19.
Os professores defendem a adoção do fechamento imediato como forma mais eficaz, no momento, para poupar vidas e também evitar o colapso no sistema de saúde.
O levantamento também tem informações referentes à mobilidade da população, obtidas por meio da movimentação dos aparelhos de celular, como forma de comprovar que o confinamento ainda é necessário.
“De acordo com o modelo utilizado, caso se mantenha o cenário atual, no qual apenas cerca de 40% a 50% da população fluminense segue as orientações de confinamento, o número de óbitos pode chegar a 15,1 mil pessoas ao final da pandemia”, alerta Claudio Miceli, professor do Programa de Engenharia de Sistemas e Computação da Coppe e do NCE.
Sistema de saúde no pico
Para se ter uma ideia, a modelagem indica que durante o pico serão necessários 800 ventiladores pulmonares novos funcionando, simultaneamente, sem contar os que já estarão em uso pelos pacientes que adoeceram antes.
O aparente relaxamento no confinamento, observado nas ruas, foi constatado pelo acompanhamento do deslocamento de celulares (sem identificação do proprietário), e como resultado o modelo mostra maior número de contágio no período de 16 a 19 dias após o aumento de circulação da população.
De acordo com o indicador de mobilidade, o nível de isolamento social que se manteve em média acima de 50% entre os dias 14 de março e 2 de maio.]
Os resultados têm como base os dados epidemiológicos acumulados dos casos notificados de 20 de fevereiro a 16 de maio.
A partir desse período, os pesquisadores calcularam a evolução da pandemia pela linha do tempo, e fizeram simulações utilizando as ocorrências da semana a partir de 17 de maio.
Coordenado pelos professores da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), membros do Grupo de Trabalho Multidisciplinar da UFRJ sobre a Coronavírus Disease 19 (COVID-19), Guilherme Horta Travassos, da Coppe, Roberto de Andrade Medronho, da Faculdade de Medicina, e Claudio Miceli de Farias, da Coppe e do Instituto Tércio Pacitti de Aplicações e Pesquisas Computacionais (NCE), o estudo inclui somente os casos de Covid-19 confirmados pela Secretaria de Estado de Saúde do estado do Rio de Janeiro.
Fonte: G1
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