Reino Unido, EUA e Canadá acusam Rússia de tentar roubar pesquisas de vacinas contra Covid-19
Governos do Reino Unido, EUA e Canadá acusam a inteligência estatal russa de invadir pesquisas farmacêuticas e acadêmicas internacionais em uma tentativa de vencer a corrida para garantir uma vacina contra a Covid-19. Segundo eles, hackers usam spear-phishing e malware para tentar obter acesso à pesquisa.
O porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, negou as acusações à agência de notícias russa TASS.
— Não temos informações sobre quem pode ter invadido empresas farmacêuticas e centros de pesquisa. Só podemos dizer uma coisa: a Rússia não tem nada a ver com essas tentativas. Não aceitamos essas acusações, nem as habituais acusações de interferência nas eleições de 2019 — afirmou.
O Centro Nacional de Cibersegurança (NCSC) do Reino Unido, em comunicado divulgado nesta quinta-feira, informou que os setores de vacinas e terapêuticos nos três países foram alvo dos hackers. A declaração — coordenada com os governos dos EUA e do Canadá — não lista os nomes de instituições afetadas “por motivos de segurança”.
Provavelmente, houve pouco dano imediato à saúde pública global, disse Mike Chapple, professor associado que ensina segurança cibernética na Universidade de Notre Dame e ex-oficial de inteligência da Força Aérea.
“O dano potencial aqui é limitado ao aspecto comercial, às empresas que estão dedicando muito de seus próprios recursos ao desenvolvimento de uma vacina na esperança de que haja retorno financeiro no futuro”, disse ele ao jornal The New York Times.
O governo americano não disse quanta informação sobre vacinas o grupo russo roubou ou que dano aos esforços de pesquisa que os hackers podem ter causado. Algumas autoridades sugeriram que os ataques não foram muito bem-sucedidos, mas são bastante difundidos para garantir um aviso internacional coordenado.
As armas de defesa cibernética dos três governos publicaram avisos destinados a ajudar as organizações de assistência médica a reforçar sua defesa em redes de computadores.
O Imperial College London, que assumiu um papel de liderança na pesquisa da Covid-19, emitiu um comunicado dizendo que toma as medidas de segurança apropriadas e “se beneficiou dos conselhos do governo” para fornecer proteção extra ao seu trabalho com vacinas.
O Reino Unido atribuiu ao grupo hackers APT29, conhecido como “cozy bear” (urso confortável, em tradução livre) responsabilidade pelos ataques, e que “quase certamente” opera como parte da inteligência estatal russa. O grupo também já recebeu a alcunha de The Dukes.
Fonte: O GLOBO
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