Operação ”Fila de Espera”: delegado e promotor esclarecem atuação dos criminosos

Cinco pessoas suspeitos de vender lugares na fila para a realização de exames no Hospital Escola Álvaro Alvim foram presas
Esclarecer como era a atuação dos cinco presos—três mulheres e dois homens— suspeitos de vender lugares na fila para a realização de exames no Hospital Escola Álvaro Alvim (HEAA). Esse foi o objetivo da coletiva de imprensa concedida pelo delegado titular da 134ª Delegacia Legal, Geraldo Rangel, e do promotor do Ministério Público do Rio de Janeiro, Fabiano Rangel, responsáveis pela Operação Fila de Espera que foi deflagrada nesta terça-feira (22/05).
Segundo o promotor, o grupo colocava papelões para que as pessoas associadas a ele ocupassem as vagas destinadas ao público em geral e a partir daí exigiam os valores para acessar aos serviços do Sistema Único de Saúde (SUS). Os criminosos cobravam R$ 50 pelo lugar na fila e o valor podia aumentar conforme a complexidade do exame.
“Eles agiam de forma particionada. Havia uma liderança no grupo que vendia também. Todos vendiam, mas cada um deles desempenhava uma prática diferente, alguns vendendo, outros organizavam as pessoas que se ocupavam das vagas nas filas e outros intermediando contatos com os funcionários”, explicou.
A investigação começou há cerca de três meses com a denúncia de um paciente. Fabiano disse ainda que durante a investigação foram constatadas agressões e ameaças provenientes da prática criminosa. “Há registro de violência, de ameaças, há pessoas que foram agredidas, diversos relatos de crimes em decorrência dessas exigências que eram feitas”, disse o promotor acrescentando que as prisões são temporárias. “Não há como antecipar a data de soltura dos envolvidos considerando que uma temporária pode ser transformada em prisão preventiva”.
A Justiça expediu seis mandados de prisão e cinco foram cumpridos na ação conjunta do MPRJ e da Polícia Civil. Uma mulher está foragida.
O delegado Geraldo Rangel disse que as investigações continuam e que a prisão temporária é necessária justamente para esclarecer alguns pontos obscuros na investigação e, num segundo momento, encaminhar a justiça. “Vamos continuar investigado e, posteriormente, encaminhar os autos à Justiça”.
De acordo com o delegado nos trabalhos realizados até momento puderam ser produzidas bastante provas. “As pessoas se prevaleciam sobre aqueles mais fragilizados, que necessitavam da marcação de uma consulta, um exame”, disse Geraldo acrescentando “é uma atividade que já vem sendo praticada há certo tempo e também não é fácil combater porque as pessoas mudam. Esse grupo que foi preso hoje vinha praticando reiteradamente essa conduta, mas a investigação precisa amadurecer e escolhemos um dia que havia marcação de consulta para deflagrar a operação exatamente para podermos pegar essas pessoas no local para produzirmos uma prova mais forte e foi exatamente o que aconteceu”.
Quanto ao questionamento sobre atuação em outros hospitais da cidade, Geraldo Rangel disse “é possível que exista outros grupos com mesma prática já que há notícia que eles agiam em outra unidade sim”.
No grupo preso há moradores de rua e outros integrantes do esquema que eram pessoas simplesmente filiadas ao grupo criminoso.
Fonte: Ururau
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