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CULTURA

Empresário diz que, em uma ‘ótica otimista’, shows devem retornar no 2º semestre de 2021

O empresário Felipe Simas e o cineasta André Ristum participaram da live “Agora é Assim?”, do G1, nesta sexta (24) para discutir o futuro do lazer e da cultura pós-pandemia.

Eles debateram sobre quando os shows e as gravações de filmes e séries devem voltar a acontecer, os novos formatos que surgiram na pandemia e como está sendo a quarentena para artistas e criadores

Semanalmente, repórteres do G1 debatem com convidados, ao vivo, o legado que a pandemia deve deixar.

São discutidas as mudanças no dia a dia, as novas formas de trabalho e lazer, a transformação na nossa relação com a tecnologia, entre outros temas. A live vai ao ar todas as sextas.

Ao analisar o futuro do shows ao vivo no cenário pós-pandemia, Felipe Simas, empresário da dupla Anavitória e de Manu Gavassi, diz que é “imprudente” promover aglomeração até o primeiro semestre de 2021.

“Eu estou me programando em uma ótica realista e otimista para retomar os concertos no segundo semestre do ano que vem, no final do segundo semestre do ano que vem”, afirma Simas.

“É uma estimativa, é um desenho de planejamento que eu faço, mas sem nenhuma certeza, nenhuma garantia”, continua.

O empresário destaca que sua previsão é para shows com aglomeração e sem nenhum tipo de restrição sanitária, como era comum até o começo da pandemia.

“Eu sei que o certo é que até o primeiro semestre do ano que vem vai ser muito arriscado, imprudente, muito delicado, promover qualquer tipo de aglomeração”, diz Simas.

A questão da segurança também preocupa André Ristum, que teve que paralisar a pós-produção da série “Colônia” por conta da pandemia.

“A gente fala [de retomada] ano que vem, mas tudo tem que ser muito pensado, todas as entidades e associações têm que trabalhar juntas, para chegar em uma situação consensual para poder realizar tudo em máxima segurança”, afirma o diretor.

Novos formatos para shows

O grande fenômeno do entretenimento da quarentena foram as lives, mas Simas percebe que o interesse das marcas caiu em comparação ao começo da pandemia.

“Do ponto de vista comercial, elas já se enfraqueceram bastante, as marcas já não estão investindo mais tanto. A febre passou um pouco, mas elas vão continuar existindo”, explica.

O empresário vê o formato drive-in como uma nova aposta do setor do entretenimento que deve se espalhar pelas maiores cidades do Brasil.

A dupla Anavitória se apresentou em um drive-in em São Paulo e Simas diz que a experiência foi positiva, válida e mais segura do que fazer uma live.

“A experiência de subir ao palco e dar de cara com faróis de carros é claro que foi muito inusitada”, conta. “Mas, para nossa surpresa, o público foi muito participativo, elas conseguiram interagir”.

O empresário também ressaltou a importância de reativar a equipe de show, mesmo que reduzida: “O feedback que tive deles era ‘poxa estou me sentindo útil novamente, estou exercendo meu ofício'”.

Com um público bem reduzido, cerca de 285 carros no evento de São Paulo, e a estrutura de som e luz semelhante a uma grande apresentação em estádio, Simas diz, no entanto, que dificilmente a conta do evento fecha.

Como fica o cinema no Brasil?

Diferente dos shows drive-in, o formato de assistir a filmes dentro de carros não é uma novidade. Com a pandemia, os espaços que fazem esse tipo de evento aumentaram, mas a programação normalmente tem clássicos e filmes já lançados em cinemas tradicionais.

André Ristum explica que lançar um filme no circuito drive-in não é uma alternativa para grandes produções.

“Não é viável financeiramente lançar um filme novo que entre em uma sessão só [de drive-in], porque é, de fato, muito pouco”, diz o diretor.

“Os grandes lançamentos fazem suas bilheterias nas primeiras duas semanas e entram em 800, 900 salas. É muito difícil eles encararem um lançamento em um circuito de drive-in, que é quase que uma coisa simbólica perto de um circuito de mais de 3000 salas que temos no Brasil”, explica.

Ristum acredita, no entanto, que é uma alternativa temporária e de boa qualidade para quem não abre mão de ver o filme em uma tela grande.

O diretor destacou um pouco positivo que foi o aumento do consumo de conteúdos de entretenimento pelo público em casa no Brasil.

“Todas as plataformas cresceram muito, mostrando também também a importância do entretenimento no nosso país”, afirma.

Simas também destacou a importância da cultura durante a pandemia: “Praticamente 100% das pessoas que ‘quarentenaram’ consumiram arte, leram um livro, escutaram uma música ou assistiram um filme”.

“As artes foram, sim, responsáveis por segurar a onda de muita gente”, diz o empresário.

Quarentena pode ser produtiva?

Enquanto não pode voltar a filmar, Ristum está usando o tempo em isolamento para revisar projetos antigos e rever filmes clássicos.

Ele percebe que o momento para quem trabalha com desenvolvimento de projetos pode ser de concentração: “Os criadores tiveram uma oportunidade de poder trabalhar, poder se concentrar, se dedicar mais”.

A mesma lógica não se aplica a quem trabalha nas partes práticas do audiovisual como produção, filmagens e edição.

“A equipe que realiza o filme, que trabalha com os diretores e os atores, se viu sem trabalho, como todos os que estão nos bastidores dos shows”, pondera.

No campo da música, Simas defende o momento sem shows, necessariamente em casa, realidade pouco comum para artistas sempre em turnê, pode ser aproveitado:

“É uma grande oportunidade para que se viva intensamente esse momento criando, tendo um contato muito grande com você mesmo”, afirma o empresário.

Fonte: G1


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