Coronavírus pode fazer PIB do Brasil crescer menos de 2%
Com o primeiro caso de coronavírus confirmado no Brasil, economistas avaliam que o impacto da epidemia na atividade econômica pode reduzir em até 0,3 ponto percentual o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro em 2020, deixando o país cada vez mais distante do avanço de 2,2% estimado pelo Boletim Focus, que congrega as previsões de mercado.
Com a piora do cenário, crescimento pode ficar abaixo de 2%. Preocupa ainda a visão de que o efeito negativo da epidemia, que ficaria restrito ao primeiro trimestre do ano, vai se prolongar, podendo afetar o desempenho do ano todo. Com isso, a confiança já vem caindo.
Nesta quarta-feira, a Bolsa brasileira despencou 7%, e o dólar fechou a R$ 4,44, novo recorde. Ações de empresas ligadas a setores de matérias-primas, como Vale e Petrobras, recuaram 10% e 9,5%, respectivamente.
Nesta quinta-feira, as principais bolsas europeias abriram em queda, com recursos entre 1,5% e 2%. Na Ásia, o mercado acionário japonês caiu 2,1%, e o sul-coreano, 1,8%. as Bolsas a China subiram.
A Tendências estima que o PIB brasileiro pode sofrer redução de 0,15 a 0,3 ponto percentual. Por ora, a consultoria mantém previsão de 2,1%.
PIB global menor
Para o PIB mundial, a redução seria de 0,1 ponto percentual – de 3,1% para 3% este ano -, estima a Tendências, enquanto na China a economia deve crescer 5,5%, abaixo dos 5,8% previstos inicialmente.
– Estimamos que o primeiro trimestre será afetado, mas ainda existe o risco de que o segundo também seja e até mesmo o ano todo. Por enquanto é difícil mensurar – diz Silvio Campos Neto, economista sênior da Tendências.
Os setores dependentes de importação da China já sofrem. O que se agrava com a alta do dólar. O alívio poderia vir do estoque, mas que neste momento é reduzido, por causa da crise. Outra saída é substituir importações, algo que requer algum tempo e que, em alguns casos, não é viável.
Para o comércio, o efeito pode ser até positivo:
– Com a queda da taxa de juros e a inflação lá embaixo, o comércio tende a ganhar. A queda de preço de commodities como soja e milho, melhora o preço desses itens no país. O petróleo mais barato colabora para a redução do custo de frete.
Fonte: O GLOBO
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