Brasileiro relata apreensão entre passageiros com o aumento de infectados diagnosticados com coronavírus
Sessenta e cinco pessoas foram recolhidas esta segunda-feira do cruzeiro Diamond Princess, que cumpre quarentena ancorado na costa de Yokoma, no Japão, após o registro de casos de contaminação pelo coronavírus.
A informação foi revelada com exclusividade ao GLOBO pelo tripulante brasileiro Thiago Campos Soares. Segundo ele, conforme aumenta o número de casos, cresce também a cooperação dos passageiros com os vigias.
Soares fez ao GLOBO um relato sobre a rotina e a agonia dos embarcados, que não têm previsão sobre quando acabará a quarentena, iniciada no dia 3 de fevereiro. Cerca de 3.700 pessoas estão a bordo do Diamond Princess.
Conforme aumenta o número de infectados, cresce a colaboração entre os passageiros e a tripulação. O recolhimento é seguido também pela tripulação.
“O isolamento consiste em ficarmos todos dentro das cabines quando não estivermos em horário de trabalho” contou o niteroiense ao GLOBO, por mensagem de texto. “No início não era levado tão a sério. Só passaram a levar mais a sério a gravidade do problema quando os números de infectados não paravam de aumentar.”
Quando o navio passou pela primeira inspeção, diz Soares, o número de infectado foi de 11 pessoas.
No entanto, o brasileiro está impedido de passar novas informações: “Infelizmente fui aconselhado a não fazer mais vídeos. Eu não posso perder o meu emprego. Tenho 2 filhos para sustentar aí no Brasil. Tô passando por tudo isso, mas eu dependo deles para receber os meus pagamentos.”
Uma das mensagens de apoio deixadas por passageiros na porta das cabines dizia “Obrigado do fundo do meu coração”. Outra dizia “Deus o abençoe. Mantenha o rosto erguido.”
Soares disse estar determinado a cumprir sua função para que o período de quarentena possa ser encerrado quando for o momento.
“Precisamos manter a calma e nos proteger bastante. Temos trabalhado como um time de verdade, sempre ajudando uns aos outros”, diz o brasileiro. “É muito cansativo, dá medo, mas não adianta perder a cabeça. Temos que entender o tamanho do problema e que só sairemos daqui juntos.”
Fonte: O GLOBO
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