Alerj votará PEC para evitar extinção das secretarias de Polícia Militar e de Polícia Civil
A Assembleia Legislativa do Rio (Alerj) votará, em agosto, uma Proposta de Emenda Constitucional (PEC) para evitar uma eventual extinção das secretarias de Polícia Militar e de Polícia Civil e a subsequente recriação da Secretaria de Segurança (Seseg). O texto torna as duas pastas permanentes, “independentes e harmônicas entre si”.
O objetivo é impedir que o sucessor do governador Wilson Witzel (PSC), que criou as secretarias de Polícia Militar e de Polícia Civil, retorne com a antiga estrutura. Se aprovada, a medida valerá tanto para o futuro governador eleito em 2022 quanto para, caso o impeachment se concretize, o atual vice, Cláudio Castro (PSC), que assumiria o Palácio Guanabara.
Como justificativa oficial, o deputado Jorge Felippe Neto (DEM), autor da PEC, afirma que o objetivo é evitar o desperdício de recursos públicos, uma vez que “a antiga Secretaria de Segurança se transformou, ao longo do tempo, em um dreno sem fim de recursos públicos”. Nos bastidores da Alerj, porém, comenta-se que a PEC evitaria acordos políticos que estariam em curso envolvendo a recriação da Secretaria de Segurança em um eventual governo de Cláudio Castro.
— É voz corrente que a volta da Seseg está sendo discutida. Seria a volta de um cabide de empregos. Não vamos aceitar alguém de fora, um policial federal ou um general, mandando e desmandando nas nossas polícias — disse um delegado sob condição de anonimato. Um outro delegado afirmou que o retorno da Seseg seria “uma manobra política para enfraquecer tanto a Polícia Civil quanto a Militar”.
O vice-governador Cláudio Castro negou a intenção de recriar a Seseg.— Isso é uma mentira deslavada. Eu sei que, a partir do momento que fizesse isso, perderia o apoio das polícias Civil e Militar. Nunca mexeria na estrutura atual. Ressalto que trabalho para ajudar Wilson Witzel a permanecer no comando do estado — disse Castro.
O texto da PEC se encontra na mesa do deputado Marcelo do Seu Dino (PSL), polícial militar da reserva e presidente da Comissão de Emendas Constitucionais e Vetos da Alerj. Procurado, o presidente da Assembleia, André Ceciliano (PT), informou que a PEC deverá ser votada pelo plenário no fim de agosto. Para que seja aprovada, são necessários 42 dos 70 votos do parlamento.
FONTE: O GLOBO
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